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16, June 2020
Uma ideia de felicidade.

No meio do turbilhão de informações que temos recebido, são muitas as opiniões sobre como a pandemia afetará nossas vidas. A história mostra que momentos de grande crise e incerteza são seguidos de momentos de entusiasmo e felicidade.

Esses períodos pós-crise são marcados por altas nas taxas de natalidade, aumento da adesão à festas e comemorações nacionais — você deve ter ouvido falar do maior carnaval de todos os tempos após o episódio da gripe espanhola — entre outros acontecimentos que indicam um aumento da confiança da população e a execução de planos que estavam, até então, em stand-by. 

Em outros campos, esses eventos tendem a acelerar mudanças tecnológicas. Vimos nas últimas semanas, muitas empresas se adaptando e aderindo ao trabalho remoto permanentemente. No campo da saúde, acelerou-se o estudo e pesquisa de vacinas, remédios e afins. No campo das políticas públicas, governos passaram a dar mais atenção à promoção da saúde pública e assistência social aos mais vulneráveis. 

No lado pessoal, este momento é marcado por muita ansiedade, muitas pessoas tendem a se entristecer, perder o sentido da vida e até mesmo apresentar quadros depressivos — realmente, não é fácil lidar com tantas notícias negativas ao mesmo tempo. No entanto, não podemos perder a esperança do amanhecer e dos novos dias que virão. Devemos usar nossa capacidade de relembrar os momentos bons que vivemos, e pensar em todas as realizações que ainda temos pela frente. Nossos planos não foram cancelados, eles simplesmente foram adiados.

Clóvis de Barros, advogado, jornalista e professor da Universidade de São Paulo, demonstra que há um problema com o que dizemos ser felicidade. Em geral, ela é, simplesmente, ter o que se quer. O problema é que estamos sempre desejando o que não temos, isto é, lutamos para conseguir algo e quando conseguimos, nos vemos novamente em busca de uma outra coisa.

Segue um resumo de um exemplo que o professor sempre usa: quando estamos no primário, alguém vem nos dizer que só seremos felizes no colegial, pois lá seremos adultos, teremos aulas diferentes e vários professores. Quando lá estamos, descobrimos que o colegial serve para nos preparar para o vestibular e então, só na faculdade seríamos realmente felizes.

Passada a euforia da entrada na faculdade, alguém nos diz que, bem, se não conseguirmos um estágio, nossa vida estará arruinada. Quando finalmente conseguimos o estágio, descobrimos que tem uma hierarquia enorme em cima de nós. Entediante, não!? Você pode estender esse raciocínio até sua aposentadoria — e não se surpreenda se, uma vez aposentado, alguém te disser que a felicidade ainda está por vir. 

Se você entendeu bem, a ideia é que sempre estamos deixando a felicidade para depois e deixamos passar o principal. Deveríamos enxergá-la a cada segundo, a cada momento. Somos felizes naquelas horas que você gostaríamos de repetir. A felicidade está no caminho. A felicidade está no constante aperfeiçoar-se e no perceber que hoje você está melhor do que ontem e tem a chance de melhorar ainda mais. A felicidade está nas boas amizades, no coração de uma família. Note que se não for assim, não é possível ser feliz. 

Portanto, não espere o futuro para ser feliz. Não espere realizações, não espere uma casa maior, não espere sua aposentadoria. Seja feliz agora, no caminho. Carpe diem, ou melhor, aproveite o dia, curta o momento, aproveite as pessoas que te amam e não espere mais o amanhã.

Referências:

Felicidade é aqui e agora  — Clóvis de Barros Filho — TEDxSaoPaulo 

A Felicidade é inútil — Clovis de Barros Filho