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07, April 2020
Planejamento financeiro: Como se preparar para tempos de crise.

Desde a última crise que se iniciou em 2014, estamos aguardando, com certa ansiedade, a retomada da economia. Já presenciamos sucessivos cortes na Taxa Selic, a Reforma da Previdência e o projeto de Reforma Tributária. Todas essas ações visam melhorar a saúde financeira do nosso Governo e do nosso país. Contudo, o PIB segue crescendo a passos curtos, ainda insuficientes para diminuir a taxa de ociosidade da economia e para retomar a confiança dos investidores, das empresas e das famílias.

Mas por que estamos num cenário em que sucessivos cortes na taxa básica de juros não estão provocando um crescimento considerável? É nesse momento que entendemos como funciona a economia de um país emergente em um mundo globalizado.

No final de 2019, os países desenvolvidos estavam começando a se preparar para uma desaceleração de suas economias, ou seja, estavam prevendo tempos de menor crescimento ou recessão. Em cenários como esse, os investidores se tornam mais conservadores. Como consequência, muitos deles, reduzem seus investimentos em economias emergentes, simplesmente porque elas representam um maior risco.

Combinado a isso, em 2020, estamos vivendo algo imprevisível. Uma pandemia. Esse fato contribuiu para que as economias emergentes se tornassem ainda mais arriscadas. Além disso, num cenário pandêmico em que as pessoas precisam ficar isoladas para diminuir os danos do contágio ao Sistema de Saúde, há uma diminuição na demanda de serviços e no consumo, paralisando boa parte da economia mundial.

Essa paralisação da economia gera uma queda expressiva no faturamento da grande maioria das empresas, e, portanto, aquelas menos capitalizadas, começam a apresentar dificuldades para honrar seus compromissos (como, por exemplo, suas folhas de pagamento salarial). Portanto, é possível que se observe um número expressivo de demissões, a não ser que haja alguma outra solução.

Pensando nisso, reunimos aqui 4 importantes dicas para você se preparar para tempos de crise:

1. Elencar dívidas
Independentemente de estar em um cenário de crise ou não, sempre devemos evitar ficar inadimplentes. Contudo, em cenários mais imprevisíveis, são maiores as chances da nossa renda mensal (ou poder de compra) diminuir.
Por isso, é importante elencar as suas dívidas, colocando como prioridade para pagamento as dívidas mais caras (ou seja, aquelas que possuem as maiores taxas de juros) ou então aquelas que sustentam bens primordiais para o bom funcionamento de sua família (como, por exemplo, o financiamento de sua moradia). Dê preferência para quitá-las, utilizando suas reservas ou um empréstimo com taxas de juros mais baixas.
Existem algumas modalidades de crédito que possuem taxas de juros mais baixas do que os empréstimos convencionais como, por exemplo, a modalidade de crédito com imóvel em garantia. Devido a existência de uma garantia, estas operações tornam-se muito mais seguras para quem empresta o dinheiro e, portanto, possibilita a oferta de taxas de juros muito mais baixas.

2. Reservar
Devemos reservar parte da nossa renda mensal ao longo do tempo para criarmos uma reserva de valor que suporte nossos compromissos financeiros em momentos mais críticos, como por exemplo quando há desemprego ou queda de remuneração pelos serviços prestados.
No caso das empresas, é importante fazer uma projeção de gastos para os próximos 90 a 180 dias e criar uma reserva neste valor para mantê-la funcionando, mesmo em momentos em que não houver faturamento.
Para os autônomos, é importante criar uma reserva equivalente a remuneração de 6 meses, pois, caso diminua a demanda pelos serviços prestados, você conseguirá esperar até que tudo se equilibre.
Por fim, para os assalariados, o valor da reserva irá variar de acordo com a empregabilidade. Serviços manuais, que dependem menos de especialização, costumam possuir maior oferta de mão-de-obra de forma que a empregabilidade se torna mais concorrida. Então, o ideal é reservar, também, o equivalente a 6 meses de trabalho.
De forma oposta, os trabalhos que precisam de especialização costumam possuir menor oferta de mão-de-obra. Assim, pode-se reservar o equivalente a 3 meses de trabalho.

3. Manter a calma
As reservas de emergência, descritas anteriormente, devem ser mantidas em investimentos de alta liquidez.
Mas porque? Explico. Em momentos de crise, é comum que chegue o desespero e junto com ele a necessidade de resgatar seus investimentos para honrar seus compromissos financeiros.

Contudo, resgatar determinados investimentos a qualquer momento pode trazer muito prejuízo. Alguns investimentos possuem um período de carência ou baixa liquidez, e nesses casos há um custo alto para resgatá-los (ou vendê-los) imediatamente, podendo inclusive ocorrer uma retirada menor que o valor aplicado inicialmente.
No caso das ações, por exemplo, vendê-las em momentos de crise pode levar a perdas expressivas. Mas porque? Explico novamente. Quando muitos querem vender alguma coisa, e poucos querem comprar, o que acontece? Os preços caem! É a Lei da Oferta e Demanda mostrando sua força novamente. Portanto, os preços das ações sofrem bastante em períodos como esses, e vendê-las pode significar realizar um prejuízo, pois provavelmente só haverá um comprador a um preço menor do que o que você comprou.
Por isso, se suas reservas emergenciais ficarem em investimentos que podem ser resgatados a qualquer momento, e que não sofrem com essas variações, você poderá resgatá-los sem prejuízos! Além disso, caso você possua outros investimentos que possuem carência ou alta volatilidade, eles poderão permanecer investidos até que apareçam condições mais favoráveis para sua venda ou resgate.

4. Buscar oportunidades
A crise também traz muitas oportunidades. Para algumas empresas, pode ser o momento ideal para se posicionar melhor no mercado e ganhar consumidores.
Para os investidores, pode ser o melhor momento para comprar ações de empresas sólidas que estão desvalorizadas e então aguardar a recuperação do mercado (tempo necessário para que os preços voltem aos valores que normalmente eram negociados).

Esse conteúdo foi produzido com o intuito de reduzir os danos causados pelas sucessivas crises econômicas. E também para mostrar que até nos momentos mais críticos, há algumas oportunidades a serem exploradas.

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