Desde a última crise que se iniciou em 2014, estamos aguardando, com certa ansiedade, a retomada da economia. Já presenciamos sucessivos cortes na Taxa Selic, a Reforma da Previdência e o projeto de Reforma Tributária. Todas essas ações visam melhorar a saúde financeira do nosso Governo e do nosso país. Contudo, o PIB segue crescendo a passos curtos, ainda insuficientes para diminuir a taxa de ociosidade da economia e para retomar a confiança dos investidores, das empresas e das famílias.
Mas por que estamos num cenário em que sucessivos cortes na taxa básica de juros não estão provocando um crescimento considerável? É nesse momento que entendemos como funciona a economia de um país emergente em um mundo globalizado.
No final de 2019, os países desenvolvidos estavam começando a se preparar para uma desaceleração de suas economias, ou seja, estavam prevendo tempos de menor crescimento ou recessão. Em cenários como esse, os investidores se tornam mais conservadores. Como consequência, muitos deles, reduzem seus investimentos em economias emergentes, simplesmente porque elas representam um maior risco.
Combinado a isso, em 2020, estamos vivendo algo imprevisível. Uma pandemia. Esse fato contribuiu para que as economias emergentes se tornassem ainda mais arriscadas. Além disso, num cenário pandêmico em que as pessoas precisam ficar isoladas para diminuir os danos do contágio ao Sistema de Saúde, há uma diminuição na demanda de serviços e no consumo, paralisando boa parte da economia mundial.
Essa paralisação da economia gera uma queda expressiva no faturamento da grande maioria das empresas, e, portanto, aquelas menos capitalizadas, começam a apresentar dificuldades para honrar seus compromissos (como, por exemplo, suas folhas de pagamento salarial). Portanto, é possível que se observe um número expressivo de demissões, a não ser que haja alguma outra solução.
Pensando nisso, reunimos aqui 4 importantes dicas para você se preparar para tempos de crise:
1. Elencar dívidas
Independentemente de estar em um cenário de crise ou não, sempre
devemos evitar ficar inadimplentes. Contudo, em cenários mais
imprevisíveis, são maiores as chances da nossa renda mensal (ou poder de
compra) diminuir.
Por isso, é importante elencar as suas dívidas,
colocando como prioridade para pagamento as dívidas mais caras (ou seja,
aquelas que possuem as maiores taxas de juros) ou então aquelas que
sustentam bens primordiais para o bom funcionamento de sua família
(como, por exemplo, o financiamento de sua moradia). Dê preferência para
quitá-las, utilizando suas reservas ou um empréstimo com taxas de juros
mais baixas.
Existem algumas modalidades de crédito que possuem
taxas de juros mais baixas do que os empréstimos convencionais como, por
exemplo, a modalidade de crédito com imóvel em garantia. Devido a
existência de uma garantia, estas operações tornam-se muito mais seguras
para quem empresta o dinheiro e, portanto, possibilita a oferta de
taxas de juros muito mais baixas.
2. Reservar
Devemos reservar parte da nossa renda mensal ao longo do tempo para
criarmos uma reserva de valor que suporte nossos compromissos
financeiros em momentos mais críticos, como por exemplo quando há
desemprego ou queda de remuneração pelos serviços prestados.
No caso
das empresas, é importante fazer uma projeção de gastos para os
próximos 90 a 180 dias e criar uma reserva neste valor para mantê-la
funcionando, mesmo em momentos em que não houver faturamento.
Para
os autônomos, é importante criar uma reserva equivalente a remuneração
de 6 meses, pois, caso diminua a demanda pelos serviços prestados, você
conseguirá esperar até que tudo se equilibre.
Por fim, para os
assalariados, o valor da reserva irá variar de acordo com a
empregabilidade. Serviços manuais, que dependem menos de especialização,
costumam possuir maior oferta de mão-de-obra de forma que a
empregabilidade se torna mais concorrida. Então, o ideal é reservar,
também, o equivalente a 6 meses de trabalho.
De forma oposta, os
trabalhos que precisam de especialização costumam possuir menor oferta
de mão-de-obra. Assim, pode-se reservar o equivalente a 3 meses de
trabalho.
3. Manter a calma
As reservas de emergência, descritas anteriormente, devem ser mantidas em investimentos de alta liquidez.
Mas porque? Explico. Em momentos de crise, é comum que chegue o
desespero e junto com ele a necessidade de resgatar seus investimentos
para honrar seus compromissos financeiros.
Contudo, resgatar
determinados investimentos a qualquer momento pode trazer muito
prejuízo. Alguns investimentos possuem um período de carência ou baixa
liquidez, e nesses casos há um custo alto para resgatá-los (ou
vendê-los) imediatamente, podendo inclusive ocorrer uma retirada menor
que o valor aplicado inicialmente.
No caso das ações, por exemplo,
vendê-las em momentos de crise pode levar a perdas expressivas. Mas
porque? Explico novamente. Quando muitos querem vender alguma coisa, e
poucos querem comprar, o que acontece? Os preços caem! É a Lei da Oferta
e Demanda mostrando sua força novamente. Portanto, os preços das ações
sofrem bastante em períodos como esses, e vendê-las pode significar
realizar um prejuízo, pois provavelmente só haverá um comprador a um
preço menor do que o que você comprou.
Por isso, se suas reservas
emergenciais ficarem em investimentos que podem ser resgatados a
qualquer momento, e que não sofrem com essas variações, você poderá
resgatá-los sem prejuízos! Além disso, caso você possua outros
investimentos que possuem carência ou alta volatilidade, eles poderão
permanecer investidos até que apareçam condições mais favoráveis para
sua venda ou resgate.
4. Buscar oportunidades
A crise também traz muitas oportunidades. Para algumas empresas, pode
ser o momento ideal para se posicionar melhor no mercado e ganhar
consumidores.
Para os investidores, pode ser o melhor momento para
comprar ações de empresas sólidas que estão desvalorizadas e então
aguardar a recuperação do mercado (tempo necessário para que os preços
voltem aos valores que normalmente eram negociados).
Esse conteúdo foi produzido com o intuito de reduzir os danos causados pelas sucessivas crises econômicas. E também para mostrar que até nos momentos mais críticos, há algumas oportunidades a serem exploradas.
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